A relação entre a economia e meio ambiente é antiga e controversa. Os ambientalistas argumentam que os modelos e as soluções econômicos são sempre em favor do crescimento econômico sem um olhar para os recursos naturais. Em suma, devemos crescer ao preço do esgotamento dos recursos disponíveis em nosso planeta. Pois bem, sempre no mês de outubro é dado o Prêmio Nobel de Economia e, neste ano, a "Academia" premiou os economistas Paul Romer e William Nordhaus.
Economistas e professores americanos. E "eles" ganharam o prêmio por buscar compreender e analisar a "integrar a mudança climática e a inovação tecnológica no crescimento econômico". De que modo os seus estudos explicaram essas relações? Romer concluiu que: "(...) um dos limites surge a partir dos desequilíbrios ambientais". Já Nordhaus preconiza que são necessárias políticas públicas ambientais no sentido de incentivar atitudes e ações mais sustentáveis ao longo do tempo. Poderia ser a introdução de um imposto sobre as emissões dos gases estufas, por exemplo. Ou como Romer salientou, o incentivo de novas tecnologias limpas no sentido de se produzir bens e serviços de forma mais sustentável ao longo do tempo.
O interessante é que a "Academia" premia autores que estão desenvolvendo trabalhos correlacionando economia e o meio ambiente. Uma atitude muito interessante no atual momento do cenário econômico mundial, onde as principais preocupações são: a migração no mundo, principalmente, na Europa e nos EUA, as guerras no Oriente e os conflitos políticos no continente africano e o retorno do protecionismo comercial por parte de alguns países, ante uma maior liberação do comércio mundial. No Brasil, em meio a uma campanha política muito polarizada, não se observou nenhuma discussão sobre isso.
Nem tão pouco os principais candidatos comentaram ou enfatizaram a preocupação com o meio ambiente e o crescimento econômico. Frente a isso, considero importante que se almeje um projeto de desenvolvimento sustentável. E esse projeto deve contemplar um planejamento sustentável de longo prazo. Espero, então, que esses resultados sirvam para que tenhamos um novo olhar sobre a relação economia/ambiente e que nossos governantes tenham uma maior atenção a essa temática. Sendo assim, a vida na Terra agradece!